domingo, 8 de novembro de 2009

CIÊNCIA COMO CULTURA

A CULTURA CIENTÍFICA NO CONVÍVIO SOCIAL, NO TRABALHO E NO LAZER

O conhecimento científico acelerou revoluções tecnológicas, transformando o sistema produtivo, o que, por sua vez, contribuiu para promover alterações ambientais, mudar as relações de poder econômico e político e o próprio significado do trabalho.

Além disso, o valor instrumental desses conhecimentos os torna imprescindíveis a qualquer cidadão que, na sociedade contemporânea, faz uso deles, direta ou indiretamente, em atividade de comunicação, informação, saúde, entretenimento ou transporte. Quando o ambiente científico-tecnológico contemporâneo se torna objeto do aprendizado escolar, tanto viver nesse mundo quanto aprender ciências passam a fazer, mais sentido para as pessoas.

A UTILIDADE DE QUESTIONAR


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O acervo científico atual é bem maior do que era há alguns séculos, no entanto, é mais fácil a formação científica hoje do que em outras épocas. E isso ocorre, de um lado, porque a sociedade dispõe de formas mais ágeis de comunicação e de informação, de outro porque na vida das pessoas, em suas casas, nos serviços que usam ou nos trabalhos que executam, estão presentes inúmeras práticas de base científica, que podem ser objeto de interesse e de questionamento.

Pode-se questionar, por exemplo, por quer um telefone celular ou um controle remoto não tem o mesmo desempenho em qualquer lugar em que estejam ligados e investigar que características dos aparelhos ou dos locais condicionam a transmissão e recepção de sinais. A atitude investigativa e de questionamento deve se estender às novas vivências. Imagine que alguém precisou fazer um exame de sangue, por exemplo, que traz informações sobre várias células e, como eritrócitos (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos), plaquetas etc, mostrando a contagem de cada tipo, ao lado dos valores considerados normais.

Essa busca de informações e de maior compreensão sobre os fatos e processos naturais, garantida por uma permanente atitude investigativa, curiosa, contribui para promover a formação da cultura científica do indivíduo.

O VALOR DO SABER

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O conhecimento científico se desenvolve pelo questionamento permanente dos processos e sistemas naturais ou tecnológicos. Ao mesmo tempo, é essencial para a inovação. Ao mesmo tempo, é essencial para a inovação. As empresas as instituições fazem uso do conhecimento científico-tecnológico dos profissionais que empregam ou de pesquisas que realizam, para fabricar bens, como medicamentos, roupas, televisores e computadores, até para gerar e distribuir energia ou purificar água. Também para cada cidadão, em sua vida profissional, comunitária ou pessoal, a capacidade de avaliar, enfrentar problemas, fazer projetos ou promover eventos depende de conhecimentos matemáticos, científicos e tecnológicos. A vida se tornou mais complexa, nas atividades coletivas e individuais, e passou a exigir maior discernimento cientifico - tecnológico.

Imprensa e organizações civis, nesses casos, têm feito do conhecimento científico instrumento de defesa e de formação social, e hoje há milhares de iniciativas com essa vocação, no chamado terceiro setor da economia, ou seja, que não são promovidos nem pelo Estado, nem pela iniciativa privada.

Ciências nas decisões Cotidianas

Essa necessidade de interação consciente entre indivíduo e sistema já é uma característica geral de nosso tempo. As varáveis a considerar nessas decisões não são somente científicas, pois envolvem aspectos subjetivos, como conforto, segurança, ou relações entre custo de operação e de investimento. Para decidir sobre o tipo de bucha levando em conta somente o conforto e o custo operacional, uma família possivelmente optará pela bucha a gás, cuja queima custa bem menos do que a energia do aquecimento elétrico.

Universalização da Tecnologia

A computação eletrônica foi uma tecnologia que, há meio século, se limitava a fazer processamento matemático de dados, e acabou por revolucionar também as comunicações, a editoração e todas as formas de produção e transmissão de informações. O barateamento dos equipamentos, por meio da ciência dos materiais, na produção dos chips semicondutores, ampliou o acesso aos micro-computadores que, em seguida, passaram a ser instrumento de redação, comunicação, informação e lazer, difundindo o manuseio de equipamentos informáticos e de domínio de suas linguagens. Há algumas décadas, poucos compreendiam fisicamente os sistemas ou sabiam identificar seus componentes. Hoje, surgiu um grande número de autodidatas, com notável conhecimento dos sistemas. Uma das características mais notáveis dessa nova tecnologia da informação é a universalização de seu uso. Atualmente fazem uso contínuo delas. A capacidade de interação multidirecional revolucionou o sistema de intercomunicação pessoal, comercial e institucional que, durante séculos, foi provido pelos correios e telégrafos. A internet surgiu em função do intercâmbio científico e hoje transcende muito esse domínio. Mas isso já tem a ver com o nosso tema final, que é o a ciência pelo prazer de saber, não como meio e sim como finalidade.

SABER COM SABOR

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Muitas pessoas se dedicam a acompanhar o desenvolvimento científico por interesse pessoal e por prazer, na literatura de divulgação, na impressa diária, na internet e nos museus de ciências. Os cientistas são, de certa forma, a parcela profissionalizada dessa comunidade de conhecimento, tanto quanto artistas e esportistas são partes dos apreciadores de artes e esportes.Há também quem acompanhe, como lazer, a evolução de alguns ramos da tecnologia, como a eletrônica, a robótica ou a informática, com a mesma dedicação com que os outros se dedicam à música clássica, ao jazz, a animais de estimação ou à jardinagem. Em certas áreas, essas atividades de lazer se ampliam rapidamente: para o rádioamador de quarenta anos atrás, existem hoje dezenas de milhares de internautas. Esses interesses específicos são uma escolha pessoa, determinada por características individuais, pelas condições materiais e culturais de cada um, ou pelas influências que recebem. Há, contudo, um conjunto de conceitos e valores que constituem a visão de mundo científica de nossa época, a partir da qual é possível acompanhar o desenvolvimento geral da ciência de da tecnologia, ou desenvolver apreciação por algum tema em especial. Nós, ser humanos, que interferimos em todas outras formas de vida, somos parte inseparável da biosfera, pois não existiría-mos com esse complexo sistema de interdependência da vida, cuja enorme diversidade mantém uma base bioquímica comum. A vida na Terra surgiu há alguns bilhões de anos e, por processo evolutivo, as espécies, entre elas a humana, surgem, se transformam e também podem ser eliminadas. Para garantir qualidade de vida às populações humanas será preciso reconstituir, de alguma forma, ambientes naturais, que não se resumam a aço, plástico, asfalto e concreto. Tudo isso, sem ignorar os notáveis avanços nas ciências médicas e agropecuárias, ou mesmo a capacidade de manipular a base molecular da vida, mas fazendo uso desses conhecimentos para uma ação mais responsável. Além do uso direto do ciclo da vida, a sociedade humana também se servem dos ciclos naturais. Além dos recursos energéticos, muitos outros minerais são extraídos da litosfera, ou seja, do solo e do subsolo. A água e o ar na Terra, a hidrosfera e atmosfera, também são fontes de várias substâncias para a indústria química. Em todos os processos naturais ou tecnológicos, qualquer que seja a transformação, conserva-se a quantidade total de energia, mesmo que ela perca qualidade ao se dissipar em calor. As propriedades químicas e as físicas estão associadas na teoria e na prática. As propriedades químicas dos elementos e das substâncias dependem da constituição eletrônica dos átomos e moléculas. Nos processos físicos nucleares, são modificadas as próprias espécies químicas. Processos nucleares podem envolver muita energia; o próprio brilho duradouro das estrelas se deve a um processo nuclear. O Sol é só entre bilhões de estrelas, na galáxia que chamamos Via Láctea, que é uma entre bilhões de galáxias. Nosso sistema solar parece ter surgido há cerca de 4,5 bilhões de anos, dos restos de uma supernova, ou seja, da explosão de outra estrela. Esse conhecimento científico, cósmico ou geológico, de caratér físico, químico ou biológico, não pode ser separado de sua cacterização matemática. A evolução de qualquer população tem descrição usualmente estatística; valores que dependem um do outro, como quantidade da substância química produzida e tempo de reação. A matemática, portanto, mais do que um coadjuvante útil é parte essencial de uma visão de mundo na ciência contemporânea. Ao se deparar com esta síntese do conhecimento científico, que é parte da visão de mundo contemporâneo, o especialista em cada uma das ciências talvez fique insatisfeito, ao ver seu campo de interesse compactado em dois parágrafos que mereciam complementações. É preciso considerar, no entanto que uma visão de mundo científica geral, mesmo como essa apresentada de forma breve e necessariamente incompleta, constitui, ao final da educação básica, um ponto de partida para se apreciar a rápida evolução do conhecimento e viver os desafios sociais, produtivos e ambientais da vida contemporânea.




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