domingo, 8 de novembro de 2009

DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS:



CONQUISTAS E PROBLEMAS DA SOCIEDADE TECNOLÓGICA


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As conquistas tecnológicas e científicas hoje em dia caminham mais rapidamente do que a imaginação dos autores de ficção.

Essa rapidez com que as coisas transformam a cada dia, tanto nos ambientes naturais como nas relações sociais e econômicas, torna ainda mais complicado planejar a educação das novas gerações para a vida que terão em sociedade.

Os grandes bolsões mundiais de pobreza exigem mais recursos e, ao mesmo tempo, é preciso conter a ocupação e a modificação dos espaços naturais, aceleradas pelas novas tecnologias, antes que tornem a Terra imprópria para a vida humana. Para enfrentar esses problemas é preciso estabelecer diretrizes sociais e políticas alternativas ao que se pratica hoje. Paradoxalmente ou não, é na ciência contemporânea e nas modernas tecnologias que vamos encontrar os instrumentos de contribuir para diagnóstico, a proteção e a recuperação de ambientes ameaçados. Também são contraditórios os efeitos sociais da evolução tecnológica. Não se trata de invalidar as notáveis conquistas da terceira revolução industrial. Mas é indiscutível que a informatização reduz empregos em atividades técnicas e administrativas, que a automação torna dispensável o “peão de fábrica”, ou que a mecanização e a bioengenharia provocam desemprego no campo. Ao contrário, o que se pode buscar, especialmente nas tecnologias de informação, é intensificar a qualificação técnica e cultural dos jovens, para enfrentarem os novos desafios do mundo do trabalho. E uma coisa é certa: tais oportunidades exigirão iniciativa, criatividade e, sobretudo, cultura, tanto humanista como literária artística científica e tecnológica. É por isso, também, que na nova sociedade tecnológica o poder econômico está associado ao conhecimento e a capacidade de produzir continuamente novos conhecimentos. Por outro lado, essa mesma capacidade depende da riqueza e do conhecimento prévio, o que aumenta a concentração de poder e agrava desigualdades. Em escala local, isso contribui para exclusão econômica; em escala nacional e continental, reflete-se em dependência econômica e tensões políticas. Em qualquer escala, porém, a educação é essencial para democratizar o conhecimento e o poder e isso depende de recursos materiais, escolas e bons educadores, nem sempre ao alcance de quem mais precisa.

Sugando a seiva da natureza

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Apesar de persistirem focos de pobreza em muitas partes do mundo, observa-se um permanente aumento global da riqueza. Há mais e melhores bens materiais e bens abstratos. Ao mesmo tempo, não só a população mundial vem crescendo, mas também a expectativa de vida, na maior parte dos países.

Automóveis, telefones, refrigerantes e diversos utensílios domésticos eram objetos de luxo nas primeiras décadas do século XX. Nessa época, cada pessoa, em média, utilizava e consumia menos bens e recursos do que nos dias atuais.

É difícil estabelecer limites definitivos, mas seria insustentável outro século de crescimento desordenado, no mesmo ritmo do último. Só a passagem da sociedade industrial para tecnológica correspondeu a triplicar o consumo de energia por pessoa que, por sua vez, deve ser multiplicado pelo aumento populacional ocorrido nesse intervalo.

É preciso lembrar que a média mundial não revela as diferenças regionais, pois parte mais desenvolvida do mundo consome, em média, por habitante, três vezes mais energia do que a média nos demais países. Assim, os países pobres ainda precisam se desenvolver muito para poder participar, de forma menos desigual, na economia mundial globalizada.

O Brasil faz parte desse grupo e, por essa razão, precisa aumentar o uso dos seus recursos naturais. Mas é necessário promover, ao mesmo tempo, conhecimento e consciência das oportunidades e das limitações.

A economia de quase todo o século XX foi governada pelo que já denominamos de “império da potência”. O petróleo, que move centenas de milhões de veículos e de máquinas industriais ou milhares de termelétricas, e a energia nuclear, de sentido estratégico, dominaram as disputas internacionais.

Graças às nossas condições naturais, a hidrelétrica e a energia da biomassa, obtida da queima de combustíveis de extração vegetal, são muitos mais importantes no Brasil do que na maior parte dos países. Por outro lado, a importância de outras fontes de energia tende a crescer. Cada uma delas apresenta prós e contras, ou seja, um desenvolvimento socioambiental sustentável.

É importante compreender que quase todas as formas de energia de que fazemos uso são devidas ao Sol. As exceções são a energia nuclear, produzidas em reatores pela fissão do urânio e a energia das marés, de caráter gravitacional.

O potencial hídrico, responsável por nossa grande geração hidrelétrica, se deve à situação geográfica do país. O mesmo se pode falar do potencial eólico. Muitos desses recursos são hoje obtidos em grande escala no Brasil ou podem vir a ser. Por isso, devem ser contados como vantagens estratégicas.

Um programa de crescimento do consumo enérgico em condições sustentáveis, ou seja, que não conduzam a um impasse econômico e ambiental, deve levar em conta se os recursos são ou não renováveis.

Cada fonte de energia apresenta custos, vantagens, problemas e riscos diferentes para o sistema de geração ou para a sociedade como um todo. Recentes blecautes ou “apagões” gerais no Brasil, nos Estados unidos e na Europa mostram que nem nenhuma região está livre das graves conseqüências de erros na política ou no planejamento energético. Qualquer política nesse setor deve ser planejada levando em conta a substituição gradativa do petróleo, que é um dos principais insumos em todo o mundo, mas cujo estoque pode acabar.

Portanto, um desafio global e regional é suprir as necessidades energéticas imediatas e projetar o futuro em médio prazo de modo que não seja simples adiamento de um desastre.

E o que vale para a energia é também verdadeiro para os demais recursos naturais, alguns mais vitais que outros, como a água por exemplo. O Brasil dispõe de riquezas ambientais de importância global, um acervo que, no futuro, talvez se torne mais disputado do que do petróleo.

Ao longo da história recente, muitas nações exportaram, de suas reservas. Com isso, fizeram-se fortunas pessoais, perturbou-se o ambiente natural, mas não se desenvolveram suas populações, muitas das quais permanecem em situações dramáticas. É importante para o Brasil ser um dos maiores exportadores mundiais de ferro e tantos minerais, mas é indispensável, ao mesmo tempo, que o país desenvolva de forma diversificada seu sistema produtivo. Só assim poderá garantir melhoria significativa das condições de vida e de cultura de sua população.

Outra questão fundamental para o povo e para a vitalidade econômica de uma nação é sua capacidade de produzir alimentos. E para tanto, além de domínio tecnológico e cultura produtiva, são essenciais o clima adequado e terras cultiváveis, que temos em abundância. Questões econômicas, sociais, ambientais e éticas, necessárias para garantir esse equilíbrio, estão todas muito interligadas, a ponto de não ser adequado, nem impossível, tratá-las separadamente.

A TERRA, À PORTA DA UTI

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É preciso planejar nacionalmente a economia, estabelecer políticas de uso social de recursos naturais e de preservação ambiental, mas nessa tarefa deve-se levar em conta o caráter global da economia e o âmbito, pelo menos continental, das questões envolvendo ambiente natural. O mais grave na situação atual é que a intervenção do homem na biosfera talvez tenha alcançado os limites toleráveis. Se não forem freados alguns dos processos iniciados com a industrialização e recentemente acelerados, não sabemos se poderemos manter um equilíbrio ambiental que garanta a própria continuidade da vida humana. Dessa forma, nossa preocupação com a vida deve ir muito além de cuidar das plantas e dos bichos que plantamos, criamos e comemos, ou das pragas e micróbios patogênicos que combatemos. Imagine também uma colônia de pescadores, com vinte famílias, povoando uma praia tropical de cinco quilômetros de comprimentos.

Por isso, não se pode mais esperar que a natureza absorva as perturbações que sofre, mas é preciso administrar uma transição para outra situação, mais sustentável, aprendendo-se a preservar e reconstituir alguns sistemas de convívio comas demais espécies, essenciais à nossa sobrevivência.

Esse é chamado efeito estufa, importante, para a vida, mas cujo aumento continuo pode elevar as temperaturas médias do planeta, com conseqüências dramáticas para o clima, como alteração no regime de chuvas e o eventual degelo de camadas polares.

Causa ainda preocupação dos acúmulos de muitos materiais, sintéticos no lixo urbano e industrial, porque levam muito tempo para se degradar.

Nesse processo, o ser humano, agente do desequilíbrio, também vive as conseqüências do que provoca. Sua intervenção está desequilibrando e fraturando o sistema da vida planetária. Possamos, assim, a procurar caminhos para recompor o equilíbrio, ou seja, a tratar de harmonizar a sociedade humana com sua biosfera.

Visite também os sites: http://mma.gov.br

http://eca.usp.br

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